segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Fim de Ciclos... novos Começos




Presente de Natal: Super-bonder ou uma nova vida?




Você já pensou em mudar totalmente a sua vida? Uma vontade de ver, pensar e sentir de um outro jeito. Talvez, mais feliz, mais paciente, com mais sabedoria. Sabedoria em aprender a sentir e a viver os altos e baixos emocionais que estamos sujeitos como seres humanos. Quantas expectativas, desejos... brigas, aversões e isolamento já experimentamos desde a barriga da nossa mãe (pra deixar uma vida só em vista).
Porém, como podemos fazer isso? Como podemos deixar para trás hábitos, vícios, ideias. Aquela que nos governa há tempos, a mente. Não é porque pensávamos que iríamos morar na beira da praia um dia ou que iríamos à Lua que realmente foi isso que nos aconteceu. Há muitos caminhos dentro do caminho que é a vida de cada um.

Me assombra a quantidade de propaganda que o ser humano faz de si mesmo e da sua vida (projetada para recriar, inventar, que tornou a vida da natureza tão complicada...). É como a criança que ganhou o grande presente de Natal, tão esperado! E depois de algumas horas montando com afinco cada pecinha até que se transformasse no super-brinquedo, igual a da TV ou internet, está cansada e frustrada! Algumas peças simplesmente não encaixam. Se encaixa de um lado, cai do outro. “Mas na propaganda dizia que encaixava bem firme!”.

É, o ser humano criou esse tipo de problema. A criança pede ajuda ao pai porque pensa que ela é quem não está conseguindo fazer a coisa funcionar. Queridos, somos como a criança. Estamos vivendo em um mundo criado por nós, com regras e ideias absurdas que escondem a nossa verdadeira natureza.

Temos a escolha de fazer do nosso jeito. Pegamos o brinquedo e modificamos algumas peças, tiramos, deixamos de lado ou colamos com super-bonder aquelas peças que teimam em escapar. De um lado, estaremos espreitando o caminho da mudança e, do outro, do apego a esse modelo, porque queremos brincar conforme vimos na propaganda com tudo junto (sem nada faltar). 

A segunda parte, de querer continuar no modelo, é um pouco cansativa e também não dá garantia alguma de que conseguiremos afinal. Quando desejamos e batalhamos por um trabalho que dê uma boa renda, para termos a esposa ou o marido perfeitos, os filhos (um de cada sexo de preferência), uma linda casa, carros, poder viajar, adquirir sabedoria e conhecimento, construir bons relacionamentos e ainda, ter tempo e energia sobrando para tudo isso. E faz academia, e faz mestrado, doutorado, e faz serviço voluntário, e sai procurando o par ideal em todos... porque afinal, o tempo está passando. Ai, ai, ai! São todas propagandas de felicidade que nos passaram, não é?

 Ao passo que aquele lá atrás que fez do seu jeito, tirou ou acrescentou algo novo poderá mais tarde, depois de guardar uma sensação de não-sei-que-vazio, uma interrogação, pensar em rever o que tem feito de sua vida. “No que tenho acreditado? Que valores reproduzo, eles tem sentido para mim?” Começa a verdadeira compreensão e também confusão. Mas uma confusão criativa! Criatividade é inerente a todo ser humano, sejamos criativos de fato em nossas vidas individuais e coletivas.

Será que o divertido não é experimentar, testar, montar. E depois? Brincamos e esquecemos na prateleira. E vamos atrás da próxima peça da coleção. “Enquanto há busca, há esperança”, pensa o colecionador com o super-bonder na mão. E vai que ele vê o medo de ver a verdade ali do lado...

O interessante da Vida, para mim hoje, é a descoberta. E se estamos abertos nos surpreendemos! Se não, estaremos perdendo tempo com frustração ou na escuridão da nossa caixa, talvez gastando a vista, como diz minha vó, nas letras miúdas do manual de instruções. Para a Vida é necessário criatividade e desapego. Este é o presente que desejo à todos neste Natal de todo dia, cada segundo... 

Translate