segunda-feira, 26 de maio de 2014

Fios de Pensamento: O Pensar, O Fazer, o Sentir...



Ao chegar na casa da Vovó, Mari sentiu que estava cansada de tanto pensar.
_Pôxa vida, quanto trabalho dá ficar tentando entender as coisas. A Vida é um quebra-cabeças tão gigantesco que eu estou me sentindo ainda mais perdida, porque a gente pensa então? Se é para continuar perdida eu ficava como estava antes. A Vida não é nada coerente!

Sua avó viu que a testa da menina estava cheia de rugas, seus lábios apertados e sua cabeça baixa diziam que ela estava se esforçando para algo e as sobrancelhas arqueadas, que ela estava irritada. Mas inteligente como era a avozinha, convidou a neta para comerem um bolo de cenoura com calda de chocolate e um delicioso café.

_ Que bom te ver Mari. Como foi o passeio até aqui? Sua mãe mandou os figos que havia pedido?

_ Figos? Ai minha Nossa Senhora das Virginianas, que gente mais bagunçada! Pôxa, porque tudo tem que ser difícil? Torto? Complicado? A mãe só mandou batatas e nem lembro mais o quê. Olha!

_ Ah que maravilha! Então agora eu resolvi uma das coisas que eu queria e não outra. Vou esperar ansiosa de que jeito chegarão os figos...

_ Vó, o que a Senhora quer dizer com isso? Que conversa de louco?! dizia Mari com as mãos na testa. Apesar da gostosura do bolo e do café quentinho, ela continuava com a mente em desalinho, ou melhor, enrolada nas linhas de pensamento... Logo logo viriam fazer ninho alguns passarinhos.

_ Ah, Mari, eu aprendi com a Vida. Ela tem uma regra interessantíssima! Poucas pessoas tem a coragem de constatar essa regra porque isso faz com que elas pensem que estão loucas. Porque a regra das pessoas é uma que deixa elas cada vez mais irritadas. Sabe quais são elas?

_ Eu estou pensando que o mundo é louco! E nesse caminho de casa até aqui não vi nada a não ser árvores, plantas, insetos, pássaros, um silêncio de pessoas e um caminho. E me sinto irada porque lá fora as coisas são feitas de um jeito que é preciso Fazer, aqui dentro eu posso Sentir e as coisas do sentir são diferentes do Fazer. Mas ah, as coisas do Pensar... essas são realmente complicadas. Esse Pensar me atrapalha no Fazer e muda o meu Sentir. Isso que eu percebo.

_ Vamos fazer o seguinte, esqueçamos tudo. Vamos comer bolo. E me ajude a cozinhar. Depois tome um banho e vá se deitar. Observe o que está fazendo e faça o melhor que puder, esteja aberta, aprenda! E aceite o que vier...

E elas pareciam uma orquestra... suas cadeiras bailavam entre a cozinha e a sala. Seus braços dançavam e coordenavam a magia das facas e colheres. Seus olhos mediam tamanho e medidas. Cores, casa quentinha. O cheiro bom, a fome e as línguas ficaram felizes. Os corpos limpos e com cheiro de sabonete pra deitar e lençóis macios para relaxar. Estar em companhia uma da outra era Amar.

(...) segue


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